Por todos os cantos da casa
Todos respirando em prosas e poemas
Entregues a sorte da leitura
Atraentes, salientes e convincentes
Pedindo para serem tocados, foleados,
Explorados sem pudor algum.
Quero livros para enfeitar meus instantes
Para livrar-me de momentos fatigantes
Momentos sem tinta, sem versos, sem rimas;
Sem poesia, sem cores, sem amores.
Livro, antes de qualquer coisa, é alegria
É lembrança, é registro, é clímax
Diversas pessoas passeando pelas páginas
Entrelaçadas pelos cômodos da casa,
Envolvidas na magia da trama;
Pelo fio que conduz o tema da história.
Se eu não fosse eu: escritor-leitor
Então, queria ser um livro!
Um desses livros bons: sedutor, vaidoso;
Seguro mesmo de si.
Sem meias-palavras.
Direto; Sujeito ocular.
Seria um livro pegador, palavreador e cheiroso
Daqueles que em um simples toque
Se sente um arrepio na espinha
Uma curiosidade tremenda de se conhecer;
Ter, possuir, seduzir. Jogar e vencer.
Daqueles livros que faz jus a palavra literatura
Que dá gosto mesmo de se ler
Daqueles que se tem ciúme quando se empresta
Que se tem medo dele perder.
Um livro que você marca horas e dias para reencontrar
Que espera o recomeço das conversas intermináveis
Que anseia pela próxima página
A próxima e a próxima...
É sobre isso!
Livro é mesmo excitação do início ao fim.
Quero na outra encadernação, digo, encarnação
Ser um livro completo, sem correções
Com toda estrutura possível
Capa firme, elegante e dura
Pronto para outras leituras e edições
Um livro legítimo, tipo o do escritor Euclides da Cunha:
Os Sertões.
Um livro que dá sede quando se lê!
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