A Lenda de Maria Rufina


No baixo rio Mucajaí, Maria partiu,

Com vara e cachaça, ao vento sorriu,

No fundo das águas, o peixe espreitou,

Mas foi ela quem o rio encantou.


Com sua rede lançada ao luar,

Pirara ou piraíba, não quiseram chegar,

Foi a cachaça, diziam os tais,

Que fez com que ela sumisse no cais.


Ninguém mais a viu, nem sombra, nem voz,

O rio a guardou em mistérios feroz,

Dizem que as águas ainda aclamam seu nome,

Um encanto da selva, que o tempo consome.


Os barcos que passam em noites sem lua,

Sentem sua rede deslizar sob a proa,

Maria Rufina, a que nunca voltou,

No rio encantado, pra sempre ficou.


Seu semblante e riso ecoam na margem,

Mistério e silêncio, a lenda e a imagem,

No Mucajaí, as águas guardaram,

Aquela que os peixes um dia levaram.


Seus olhos brilhantes, no rio a vagar,

Entre sombras e ondas, ninguém pode achar,

E assim ela vive, no coração da floresta,

Encanto do rio, da Amazônia, a festa.

Postar um comentário

0 Comentários