(Reflexões sobre o real e o simbólico)
Não chora, mas consola.
Não mama, mas acalma.
No colo, uma ausência vestida
de fita, fralda e pijama.
Olhos de vidro que sonham,
sem nunca ter visto o dia.
Pesa nos braços da falta
com a leveza da fantasia.
É boneca ou é memória?
É consolo ou é prisão?
É saudade que se embala
ou fuga do coração?
Quem segura não explica,
quem observa, julga em vão.
Só sabe quem tem no peito
um berço sem ocupação.
Não substitui um milagre,
mas devolve a oração.
Não é carne, nem é sangue,
mas às vezes, é salvação.
Cuidado, que a dor disfarça
a razão que se desfaz...
A boneca que não respira
ensina o que a ausência traz.
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