por Ernandes Dantas, em diálogo com Saint-Exupéry, Victor Hugo e Kierkegaard
Atos de amor fazem sentido
primeiro no coração de quem ama.
É ali que ardem, silenciosos,
como chama acesa pela vontade.
Amar é dedicar tempo à rosa,
mesmo sem saber se ela florescerá.
É lançar uma ponte sobre o abismo
sem pedir que o outro atravesse.
É decisão, não barganha;
é entrega, não cobrança.
O amor verdadeiro
é pleno no instante em que é dado.
Depois, talvez, ele encontre morada
no coração de quem é amado.
Mas, mesmo que não encontre,
já cumpriu seu milagre:
tornou mais humano
o coração de quem o ofereceu.
Nota:
Este poema dialoga com ideias presentes em autores como Antoine de Saint-Exupéry (“Foi o tempo que dedicaste à tua rosa que a fez tão importante”), Victor Hugo (“Amar ou ter amado, basta”) e Søren Kierkegaard, que via o amor como uma escolha ética e espiritual. Tais referências reforçam que o amor encontra sentido primeiro em quem o pratica, independentemente do retorno.
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