Mas eles estão anônimos em Boa Vista
Limpando de carros os para-brisas
Vendendo balas nos sinais de trânsito
Sobrevivendo junto a sua família
Que ver na ação, oportunidade de vida.
É o pão que com muito trabalho infantil
Chega a barriga,
Pois barriga com fome dói
Barriga com fome cega
E cego não visiona futuro
Cego trabalho presente. Segue o trabalho inseguro.
Luta diária contra a fome e a pobreza
Moinho girando contra a correnteza
Onde na roda, educação é luxo
Não enche barriga, não farta a mesa.
Um livro cheio e um prato seco
Não é enredo que se deseja a alguém
Trabalho infantil, não se espelha
Não dá reflexo, não se aconselha.
Ninguém quer ver, mas ele existe
Atrofiando o físico e a consciência
Políticas públicas é a solução, de fato
Para exterminar essa doença.
Ernandes Dantas
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